By Graça Marinho

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terça-feira, 28 de julho de 2009

Poema de Augusto dos Anjos

RÉGIO


Festa no paço! Noite... E no entretanto
Luzes; flores, clarões por toda a festa
E há nos régios salões, em cada aresta,
Credências d'ouro de supremo encanto.

No baldaquino a orquestra real se apresta
E o áureo dossel finge um relevo santo...
- Bissos egípcios d'alto gosto, a um canto,
Flordilisados de nelumbo e giesta.

Morreu a noite e veio o Sol Eterno
- Âmbar de sangue que desceu do Inferno
No turbilhão dos alvos raios diurnos...

Brilham no paço refulgências de elmo
E a princesa assomou corno um santelmo
Na realeza branca dos coturnos.

Augusto dos Anjos


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MGGM

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Aldeia da Serra e San Diego/USA